O Senado deve colocar em pauta, na semana que vem, por meio da Comissão de Constituição e Justiça a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 39/2003, de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que pretende alterar a composição dos tribunais superiores na Constituição Federal.
A proposta da senadora é de que seja fixado o mandato de oito anos para os membros de várias Cortes do Poder Judiciário e de dez anos para os ministros do Supremo Tribunal Federal, sem a possibilidade de recondução ao cargo em sequência.
Com a alteração, Serys pretende tornar o Poder Judiciário mais responsável por seus atos, possibilitando a responsabilização de magistrados que tiverem desvio de conduta.
“Acredito que a vitaliciedade do cargo acaba prejudicando a oxigenação dos quadros dos tribunais superiores, engessando a estrutura. Uma escolha que se mostre desastrosa não poderá ser consertada pelo sistema atual, pela minha proposta temos esta possibilidade”, disse a parlamentar.
Na CCJ, a matéria será relatada pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que apresentou parecer contrário. Ele justificou seu voto questionando a constitucionalidade da proposta por ferir cláusula pétrea constitucional: a vitaliciedade do cargo de magistrado.
A senadora observou que seu projeto não menciona cláusula pétrea da Constituição e que a proposta vem corrigir o engano de garantir vitaliciedade a um cargo que deveria ser mandatário, com prazo fixo.
A proposta, para Serys, tem a possibilidade de abrir maior espaço para as mulheres chegarem às cortes superiores.
“Hoje, já é fato que as mulheres são maioria entre os juízes de primeiro grau, mas, quando se observam as indicações para as cortes superiores, o segmento feminino perde espaço para os homens. A constante modificação dos quadros darão mais oportunidades de equidade nas indicações, propiciando aumento do número de mulheres nestes espaços”, afirmou.
Com informações da assessoria
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14 Comentário(s).
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| Eder Sampaio Correa 11.11.10 18h17 | ||||
| Quem disse que as cortes superiores e tribunais de contas fiscalizam alguma coisa? Meros castelinhos para grupelhos apaniguados do presidente/governador de plantão. Veja os casos dos tribunais de contas, que não julgam nada, tem somente poder de recomendação, submetido a assembléia legislativa (julgamento político), e sinecura para políticos em fim de carreira... Cláusula pétrea? Que mude-se a Constituição Federal, oras. | ||||
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| Justus 11.11.10 16h49 | ||||
| Concordo com a ideia da ilustre Senadora. Inclusive que seja revisto os vencimentos dessas autoridades. A disproporção chega ser humilhante. Não é preciso pagar mal, mas o suficiente. | ||||
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| José Manuel Junior 11.11.10 12h17 | ||||
| Este é o mais estulto dos PEC's. Exma. Senadora, além de ser cláusula pétrea a vitaliciedade, note a desproporção da proposta, a Senhora quer dar acesso as mulheres às custas de da vitaliciedade dos magistrados, que também é garantia de uma magistratura independente. Não é que as mulheres não sejam merecedoras, são, mas existem tantos outros meios. E outra Senadora, SE MANDATO COM PRAZO FIXO AJUDASSE A PUNIR ALGUÉM, NO CONGRESSO NACIONAL E NOS PARLAMENTOS ESPALHADOS PELO BRASIL TERIAMOS APENAS "SANTOS", NÃO TERIAMOS PARLAMENTARES RESPONDENDO A DEZENAS E ATÉ CENTENAS DE PROCESSOS INTERMINÁVEIS. | ||||
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| nefe nogueira 11.11.10 10h23 | ||||
| A realidade é esta relatada na PEC. Vejam só o que os maiorais fizeram para decidir sobre a Ficha Limpa, nada. Quando uma mulher é indicada para algum cargo superior os machões dizem "é a primeira ou ...é mais uma mulher a ocupar a tal cadeira". Isto tem que acabar. Hoje vemos a magistratura envolvida em vários escândalos. Inventaram o CNJ que puniu e demonstrou que não tem poder para tal. Porque? Não se esquecer da reforma eleitoral, e aí me pergunto, porque somente 30% dos candidatos tem que ser do sexo feminino? | ||||
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| José Geraldo Gonçalves dos Reis 11.11.10 08h33 | ||||
| Tenho certeza que se o Judiciário fosse menos corrupto e menos lento esse tipo de proposta não encontraria ressonância na sociedade. Parabéns Serys! | ||||
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