Cuiabá, Quarta-Feira, 29 de Outubro de 2025
LAZER E DIVERSÃO
09.11.2010 | 08h04 Tamanho do texto A- A+

CNJ investigará patrocínio a evento de juízes em resort

Magistrados se reúnem em em luxuoso resort na ilha de Comandatuba, na Bahia

Reprodução

CNJ vai investigar o patrocínio de empresas públicas e privadas ao 27º Encontro de Juízes Federais

CNJ vai investigar o patrocínio de empresas públicas e privadas ao 27º Encontro de Juízes Federais

FOLHA ONLINE

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vai investigar o patrocínio de empresas públicas e privadas ao 27º Encontro de Juízes Federais, de amanhã a sábado, em luxuoso resort na ilha de Comandatuba, na Bahia.

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, cancelou palestra que iria proferir no encontro. Vai pedir informações à Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) sobre a natureza do evento da entidade.

O conselheiro do CNJ Jorge Hélio Chaves vai propor ao colegiado uma consulta aos cinco tribunais regionais federais, para que informem os nomes dos magistrados que irão ao evento e os motivos pelos quais foram liberados.

Ele diz que o CNJ pode editar um ato normativo sobre patrocínios desse tipo. "Não é uma caça às bruxas. Antes, vamos ouvir as partes", diz.

A Folha revelou que a maior parte do evento será dedicada a atividades esportivas e sociais. O programa prevê show de Elba Ramalho. Já se apresentaram em eventos da Ajufe o cantor Jorge Benjor, os grupos Titãs e Paralamas do Sucesso.

Cada juiz desembolsará apenas R$ 750, terá todas as despesas pagas (exceto passagens aéreas) e ocupará apartamentos de luxo e bangalôs com diárias que variam de R$ 900 a R$ 4.000. A diferença será coberta por Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Eletrobras, Souza Cruz, Sindicom e Etco.

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Mozart Valadares, diz que "não é conveniente juízes reunidos em praia, pois dá a conotação de lazer e diversão". Em evento da AMB em São Paulo, "cada juiz pagou inscrição, passagens e hospedagem", afirma.

O diretor da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, diz que o patrocínio de empresas a eventos de juízes "é descabido e antiético".

"Juízes não podem receber benefício pessoal direto daqueles que eventualmente serão parte interessada em processos que julgarão", diz.

O presidente do Conselho da Justiça Federal, Ari Pargendler, e o corregedor da Justiça Federal, Francisco Falcão, não irão ao encontro.

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Rose Velasco  09.11.10 14h43
Aplausos ao CNJ! nem tudo está perdido neste país. Ainda tem gente decente que valoriza a ética, a moral, a independência e a imparcialidade no judiciario, que bom, fico um pouco mais orgulhosa de ser brasileira. E os magistrados têm condições financeiras de custear seus momentos de lazer e diversão, para isso, não precisaria de patrocínio.
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