Cinco defensores buscam uma vaga na lista tríplice que será encaminhada ao governador reeleito Silval Barbosa (PMDB), para escolher o próximo defensor público-geral da instituição, para o biênio 2011/2013. Disputam internamente Djalma Sabo Mendes Junior (reeleição), Edson Jair Weschter, André Luiz Pietro, José Carlos Evangelista e Valdenir Pereira.
O pleito acontecerá na próxima sexta-feira (12), das 12 horas às 17 horas. Neste ano, a eleição será centralizada em Cuiabá, na sede administrativa da Defensoria Pública do Estado, no CPA. A escolha ocorrerá por voto direto, secreto, obrigatório e plurinominal (os 142 defensores terão direito de escolher até três nomes).
A lista tríplice com as informações da eleição será encaminhada pelo presidente do Conselho Superior da Defensoria, até o dia 30 deste mês, ao governador. A posse do defensor público-geral será no dia 2 de janeiro de 2011.
Articulações
Cogita-se que o grupo contrário à recondução de Djalma ao posto de chefe da instituição utilizaria do voto plurinominal para incluir três nomes a serem apresentados ao governador. Djalma obteve menos voto na última disputa interna, mas acabou sendo escolhido pelo então governador Blairo Maggi (PR). Esse fato, inclusive, gerou desgastes a ele.
A estratégia, de acordo com as informações, é de fazer valer a força do grupo liderado pela ex-defensora pública-geral Karol Rotini que, em tese, detém o maior número de votos, fechando chapa com três nomes.
Desta forma, o governador ficaria limitado a escolher um dos nomes pertencentes ao grupo que é contra Djalma. Essa chapa seria formada por André Pietro, José Carlos e Edson Weschter.
Pietro não fazia parte do grupo de Rotini. Um desentendimento com Djalma fez com que ele se aliasse ao grupo rival do atual defensor público-geral. O defensor-geral entrou em rota de colisão com Pietro no início da gestão, num caso envolvendo pagamento de passagem para um encontro nacional para Pietro, que não teria participado do evento.
Contra a lista
José Carlos Evangelista declarou que só aceita ser nomeado como novo defensor público-geral caso ele se consagre como primeiro da lista tríplice. Ele ressaltou que, se não for nessas condições, recusará uma indicação. "Defendo mais autonomia política da Defensoria e, por esse motivo, não aceito assumir o posto se não for o mais votado. O atual sistema é arcaico", declarou.
Evangelista avaliou que a gestão de Djalma ficou abaixo da expectativa, afirmando que o fato de ele não ter ganhado a eleição interna dificultou sua gestão a fazer o entendimento com a categoria. "Uma gestão sem harmonia, faltou isso para ele. Djalma não trouxe a união", disse.
Entre suas propostas, ele afirmou que estão divididas em dois eixos. Uma seria nas melhorias da parte de infra-estrutura, propondo a criação de sedes da Defensoria e estruturação física. Outra esfera é a parte de estrutura funcional, que ele pretende criar a escola da defensoria pública com objetivo de "alinhar a atuação dos defensores e unir a categoria", disse.
O candidato ainda afirmou que, caso seja indicado para o cargo, atuará para equiparar os salários dos defensores com outros postos do setor judiciário, informando que isso, inclusive, é previsto na Lei. "Precisamos de uma remuneração digna", declarou.
Alinhamento
André Luiz Pietro posicionou a favor da indicação do governador, afirmando que o novo defensor público-geral deverá estar alinhado politicamente com a administração estadual. Ele afirmou que esse sistema de escolha é positivo.
"Acho saudável a participação do Poder Executivo, pois, o ocupante do posto precisa estar afinado com o governador", declarou Pietro, que, segundo informações, contaria com apoio do deputado Sérgio Ricardo (PR), na esfera política.
Ele apontou a implantação do teto remuneratório dos defensores como principal meta de sua eventual gestão. Afirmou que isso está previsto na Constituição do Estado, aonde a remuneração máxima chega ao equivalente a 90,25% ao de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). "Está previsto em Lei, mas ainda não foi implantado", disse.
Quanto à avaliação da atual gestão, Pietro classificou que Djalma poderia ter feito mais à frente da Defensoria, evitando as críticas pontuais.
Legalidade
Valdenir Pereira, único defensor na disputa que atua no interior do Estado (Matupá e Peixoto de Azevedo), apontou que a maneira mais democrática para se escolher o defensor público-geral seria a escolha da categoria, mas preserva a obediência da Lei. "A maneira mais democrática seria o voto. Mas, o governador tem essa liberdade de escolher um dos três, sem descumprir a Lei", declarou.
Ao avaliar a atual gestão, Valdenir afirmou que o Djalma fez o "feijão-com-arroz", apontando que a atuação de Djalma é centralizadora. "Faltou uma gestão mais aberta, e ele se mostrou um gestor adepto da centralização", disse.
Quanto às propostas, Valdenir afirmou que pretende, caso seja escolhido, melhorar a estrutura da Defensoria, trabalhando junto ao Orçamento, ao apontar a necessidade de melhores condições de trabalho; implementar o núcleo de regularização fundiária; realizar concurso público da área administrativa, entre outras propostas.
Reeleição
Candidato à reeleição, o atual defensor público-geral, Djalma Sabo Mendes Junior, afirmou que a instituição se encontra, hoje, em um cenário diferente de dois anos atrás. Segundo ele, o órgão passa por um processo irreversível de avanço e reconhecimento por parte da população mato-grossense.
Ele disse que colocou o seu nome para disputa por se sentir mais "amadurecido" para conduzir os destinos da Defensoria. "Tinha à frente o compromisso de dar mais dignidade de trabalho aos nossos colegas, procurando melhorar suas estruturas a fim de garantir mais Justiça aos nossos assistidos", declarou, em recente entrevista ao MidiaNews.
A reportagem não conseguiu conversar com Edson Jair Weschter. Em todas as tentativas, o celular de Weschter estava desligado.