Alair Ribeiro/MidiaNews
O empresário José Kobori, que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade ao empresário José Kobori, ex-diretor-presidente da EIG Mercados. Ele é um dos principais alvos da Operação Bereré, que investigou um esquema de fraudes em um contrato do Detran-MT.
A decisão, em caráter liminar, foi dada no início da tarde desta sexta-feira (27).
“Liminar deferida. Comuniquem-se, com urgência, solicitando informações. Findo o recesso, remetam-se aos autos à ilustre Ministra Relatora para a sua competente reapreciação”, consta no setor de processual. A decisão na íntegra não foi disponibilizada.
Kobori está preso no Centro de Custódia de Cuiabá desde o dia 9 de maio, durante a deflagração da 2ª fase da operação, que apura esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro no âmbito do Detran-MT, na ordem de R$ 30 milhões. O esquema operou de 2009 a 2015.
Segundo as investigações, parte dos valores repassados pelas financeiras à EIG Mercados por conta do contrato com o Detran-MT retornava como propina a políticos, dinheiro esse que era “lavado” pela Santos Treinamento – parceira da EIG no contrato - e por servidores da Assembleia, parentes e amigos dos investigados.
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), Kobori foi o intermediador das propinas pagas pela EIG ao advogado e ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e ao irmão deste, Pedro Jorge Taques - amigo de infância de Kobori.
As propinas, estimadas em R$ 2,6 milhões, teriam sido pagas como garantia de que a EIG continuaria mantendo o contrato com o Detran na gestão do governador Pedro Taques (PSDB), que é primo de Paulo e Pedro Jorge.
Os valores indevidos, narra a denúncia, foram repassados mediante pagamentos de "bônus" salariais milionários a Kobori, que repassaria a maior parte do montante a Paulo Taques.
“Especialista em maracutaia”
Na última quinta-feira (26), o Pleno do Tribunal de Justiça em Mato Grosso negou, por maioria, liberdade a Kobori e outras duas pessoas presas na operação.
Em dado momento da sessão, o relator do processo, desembargador José Zuquim, ironizou a argumentação da defesa de Kobori, segundo a qual ele seria um especialista em questões fiscais há mais de 20 anos.
"Realmente, reconheço que o agravante é um especialista em maracutaia. Ele é um especialista realmente em montar o quadro daquilo que ocorreu dentro do Detran, isso é inquestionável", disparou.
"Já disse e repito que os crimes de colarinho branco são crimes que, se os acusados são postos em liberdade, retornam a praticá-los interferindo nas investigações e na coletas de provas", disse.
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Comentários (2)
Quem entende o judiciário, é uma elite que julga de acordo com os interesses políticos ou financeiros. O CRIME COMPEnSSA.
enviada por: Joao Data: 27/07/2018 16:04:37
Acredito muito que é o momento de parar de usar o termo "empresário" e passar usar somente "suspeito", evitar confusão com quem de fato atua como micro empresário, empresário, administrador, etc. E mais ainda, deixar claro que é suspeito do "desvio de dinheiro publico". "Ministro do STF manda soltar "SUSPEITO" acusado de integrar esquema de desvio DE VERBA PÚBLICA"
enviada por: fabio Data: 27/07/2018 15:03:51