A médica Elê Maria Kuhn, diretora-presidente da Importadora e Exportadora Jardim Cuiabá, empresa que assumiu o Hospital Jardim Cuiabá nesta sexta-feira (20), garantiu que a nova gestora possui a documentação necessária para funcionar.
A declaração foi dada em resposta à antiga administradora, a Hospital Jardim Cuiabá, que divulgou nota, nesta semana, contestando a capacidade técnica e documental dos novos administradores.
“O alvará sanitário, como alguns alvarás, são da instituição. São institucionais, da estrutura. Então, nós estamos aptos. O hospital já tinha esse documento da Vigilância [Sanitária]. E ele nos permite ainda funcionar pelo tempo de 30 dias. Na verdade, ele funciona com período vigente, que seria a validade dele”, afirmou a médica.
“O alvará não pertence à empresa X. Ele é do local. Inclusive existe uma lei de 2015, que fala que o alvará te permite trabalhar. Ele tem sucessão. Então não há necessidade da nova gestão solicitar um novo alvará, pelo menos até que o que já temos vença”, garantiu.
“Portanto já temos protocolado um novo pedido. Só que os órgãos têm um prazo para realizar suas vistorias e estamos dentro desse prazo”.
A médica ainda garantiu que não haverá demissões. “Só não vão ficar com conosco aqueles que não quiserem. Todos são bem vindos. Alias é um compromisso que a gente tem de manter toda a estrutura funcionando com o nosso grupo de colaboradores. Já conversamos com todos os funcionários. Então o hospital está funcionando normalmente”, disse. A unidade tem cerca de 600 funcionários.
A diretora-presidente também comentou a confusão da quinta-feira (19), quando policiais militares foram chamados para tentar impedir que o médico Arílson Arruda, diretor da Hospital Jardim Cuiabá, retirasse documentos de dentro da unidade.
“Ainda não sabemos que documentos eram esses, até porque no que diz desrespeito a prontuário, isso deve ser resguardado por pelo menos 20 anos”, disse. “Nesse momento nossa preocupação é com os pacientes, com as cirurgias que estão agendadas. Então a nossa preocupação é atender toda a população e resolver a questão da saúde. Em relação a esses documentos, resolve-se depois”.
A médica explicou ainda o porquê da interrupção do atendimento de oito planos de saúde. Segundo ela a suspensão se deu porque as operadoras não conseguem cadastrar dois CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) no mesmo endereço. “A gente já entrou em contato e com as documentações com todos os convênios para atender normalmente e pretendemos aumentar a nossa rede. Agora estamos aguardando o retorno até porque depende da vontade deles em continuar com a gente também”.
“Os primeiros passos da nova gestão é manter o funcionamento do hospital normal com todos os pacientes assistidos. Fazemos parte do corpo clinico aqui há 30 anos e estamos à disposição da população.
Os principais desafios é melhorar a estrutura e continuar prestando assistência a população”, garantiu.
Histórico
A disputa entre as duas empresas remonta a 2003, quando as duas partes assinaram um contrato em que a Importadora arrendava a estrutura hospitalar para a Jardim Cuiabá.
O contrato foi assinado porque, segundo a defesa da empresa Hospital Jardim Cuiabá, em 2003 as dívidas da unidade chegavam a R$ 100 milhões em valores atualizados, tornando a unidade financeiramente inviável. Assim, criou-se uma segunda empresa, que se dispôs a assumir as dívidas da antiga administradora.
Conforme o advogado, somente com o Banco do Brasil a dívida chegava a cerca de R$ 50 milhões em valores atualizados.
Em 2008, as duas partes assinaram um aditivo ao contrato, pelo qual ratificaram que “o valor mensal do arrendamento pago pela arrendatária à arrendadora deverá ser integralmente utilizado pela arrendatária para que, em nome da errendora, amortizar todas e quaisquer dívidas da arrendadora, inclusive, mas não exclusivamente de natureza tributária, segundo que se os valores amortizados forem superiores ao devido pelo arrendamento e no prazo do arrendamento, o excedente, devidamente atualizado pelo INPC, servirá como pagamento do valor do arrendamento após a amortizações e até a completa compensação”.
Em 2015, os arrendadores entraram com uma ação para rescindir o contrato alegando que o valor do arrendamento “afigura-se demasiadamente ínfimo e muito aquém de mercado”; que a arrendatária “sacrificou” bens da arrendadora; além do não-pagamento de parte dos aluguéis mensais de R$ 60 mil.
Em março, o Tribunal de Justiça decidiu a favor da Importadora, dando prazo para a Jardim Cuiabá deixar a unidade médica.
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3 Comentário(s).
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Joao 21.04.18 10h18 | ||||
Mais um terrorismo feito pela gestão passada, já que hospital Jardim Cuiabá não fechou continuou atendendo normalmente. Como pode uma pessoa só importar com o próprio ego e poder? | ||||
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José 21.04.18 07h57 | ||||
Estava internado no Hospital Jardim Cuiabá entre os dias 19 e 20 do mês em curso. Sou testemunha do excelente atendimento prestado pelos médicos e funcionários do aludido hospital. Por fim, sugiro a nova Administração que mantenha a equipe médica e os funcionários, uma vez que prestam execelente trabalho à população deste Estado, em especial dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande. | ||||
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Nicanor 20.04.18 19h26 |
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