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O ex-servidor da Câmara, Rodrigo Leal, alvo da Operação Ragnatela
A Justiça de Mato Grosso mandou soltar, sob o uso de tornozeleira eletrônica, o ex-servidor da Câmara de Cuiabá, Rodrigo Leal, que estava preso desde o dia 5 de junho, após ser alvo da Operação Ragnatela.
A decisão, que atende a um habeas corpus da defesa de Leal, é do desembargador Luiz Ferreira da Silva, da Terceira Câmara Criminal, e foi proferida na última sexta-feira (21).
Leal é promotor de eventos e foi apontado pela investigação como sendo um dos responsáveis pela divisão e repasse dos lucros obtidos com a realização de shows patrocinados por uma facção criminosa.
Além da tornozeleira, Rodrigo Leal deverá cumprir outras cautelares, como a proibição de se ausentar de Cuiabá sem autorização judicial, além de não poder manter contato com qualquer testemunha do processo.
O magistrado entendeu que Leal tem desempenhado um bom comportamento na prisão e que os apontamentos que o levaram à prisão não têm “contemporaneidade”.
“Se verifica que o paciente foi preso para a garantia da ordem pública, em razão da suposta integração em organização criminosa, visando a prática de crimes ocorridos, em tese, desde o ano de 2021, todavia, ao que tudo indica, a sua participação cessou em meados de 2023, e está preso cautelarmente desde o dia 5 de junho do ano em curso”, escreveu o magistrado.
Segundo Luiz Ferreira, “não há indícios de que [Rodrigo Leal] continue atuando junto à organização criminosa, devendo, ainda, ser levado em consideração que não exercia papel de chefia dentro da associação criminosa”.
Operação Ragnatela
A Operação Ragnatela cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão em Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.
A ação foi desencadeada pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), que reúne policiais civis, militares, federais e rodoviários federais.
Conforme as investigações, o grupo investigado adquiriu casas noturnas, como o Dallas Bar, e lavava o dinheiro por meio da realização de shows nacionais. O esquema seria liderado por Joadir Alves Gonçalves, conhecido como "Jogador".
De acordo com a investigação, o dinheiro que ele investia na aquisição de casas noturnas e realização de shows saía do recolhimento da venda de drogas.
Posteriormente, os valores seriam repassados a Willian Aparecido da Costa Pereira, o "Gordão", que era proprietário do antigo Dallas Bar e Strick Pub.
Ainda conforme o inquérito, "Gordão" transferia os valores para os promotores de eventos Rodrigo Leal e Jardel Pires, com objetivo de custear parte dos shows no Dallas e outras casas noturnas.
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