21.01.2018 | 08h:00

BARIÁTRICA


Médico cuiabano reduz risco em cirurgia e é premiado nos EUA

Juliano Canavarros conseguiu reduzir a zero os casos de trombose em cirurgias pela técnica "sleeve"

Alair Ribeiro/MídiaNews

O especialista em cirurgia metabólica, Juliano Canavarros: reconhecimento internacional

O médico cuiabano Juliano Canavarros, especialista em cirurgia metabólica (popularmente conhecida como "redução de estômago), teve um estudo sobre o tema classificado em primeiro lugar, na Obesity Week (Semana de Obesidade), em Washington (EUA).

 

Apresentado em novembro, o trabalho foi avaliado como "excelente" pelos congressistas. 

 

“Conseguimos trazer essa ‘taça' para Mato Grosso. Assim, alavancamos a Medicina do Estado. Tenho recebido e-mails de colegas nos Estados Unidos pedindo contato para discutirmos a respeito deste trabalho”, disse o médico.

 

Canavarros foi convidado a apresentar o estudo por fazer parte da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO), uma das mais importantes entidades mundiais em matéria de cirurgia metabólica.

 

O trabalho, intitulado “Análise da incidência de trombose porto-espleno-mesentérica após gastrectomia vertical laparoscópica”, foi realizado em conjunto com outros médicos e trata do método de cirurgia chamado sleeve.

 

O médico explica que a incidência de trombose em cirurgia da obesidade tipo sleeve era alta. 

 

“A incidência de trombose na sleeve é um pouco maior, porque nela você faz ligaduras em pequenos vasos, que faz selamentos com o uso de pinças. E, quando é feito esse selamento, são estimulados fatores que chamamos de ‘cascata de coagulação’. Porque existem substâncias do tecido do endotélio vascular que são estimuladas a dar um start no processo de coagulação e formar ‘trombinhos’ nos vasos”, explicou o médico.

 

Com o trabalho, Juliano Canavarros conseguiu fazer com que as taxas de trombose em seus pacientes caíssem para zero.

 

“Nós conseguimos diminuir a zero a incidência de trombose, por meio desse trabalho, apenas com profilaxia”, disse. 

 

Ele contou que, em razão do clima quente de Cuiabá, a desidratação em pessoas no pós-cirúrgico é recorrente, o que facilita ainda mais a formação de trombose.

 

“Isso deixa o sangue ‘mais grosso’,  facilita o surgimento de trombose. Para isso não acontecer, fazemos uma profilaxia. Então, Mato Grosso ajudou o resto do mundo a entender essa patologia”, afirmou Canavarros. 

 

No evento, na capital dos Estados Unidos, foram apresentados trabalhos produzidos pelos mais importantes profissionais dessa especialidade médica.

 

Canavarros já se prepara para apresentar outro trabalho em congressos internacionais, ainda neste ano. Para tanto, ele já prepara três pesquisas.

  

Técnicas

 

Nas cirurgias da obesidade - também conhecidas como metabólica, bariátrica e “redução de estômago” -, são comuns dois métodos: by pass e sleeve

 

Resumidamente, na by pass, é isolada uma parte do estômago e do duodeno (intestino delgado). 

 

Na sleeve, é retirada uma parte do estômago, mas não há desvio intestinal. “Nesse método, há um ganho, que é a não-perda da absorção de vitaminas”, disse Juliano Canavarros.

 

A sleeve, atualmente, tem ganhado muitos adeptos, por ser menos radical que as outras.

 

Assim como no mundo, a obesidade em Cuiabá apresenta porcentagens alarmantes. “O junk food é o principal veneno do cuiabano. Consome-se muito aqui”, alertou Canavarros.

 

Junk food ("comida lixo", numa tradução literal do inglês) é uma expressão pejorativa para "alimentos com alto teor calórico, mas com níveis reduzidos de nutrientes", segundo tradução no Wikipédia.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50% da população têm algum grau de obesidade.

 

Em três anos, essa porcentagem pode chegar a 60%. De toda a população obesa no mundo, apenas 1% fez cirurgia bariátrica.

 

A cirurgia bariátrica é recomendada para obesos mórbidos, ou seja, com IMC (Índice de Massa Corporal) maior do que 40, e para pessoas obesas (IMC grau um, dois ou três) que possuam comorbidades.

 

Para se calcular o IMC, basta dividir o peso em quilo pelo quadrado da altura em metro. Por exemplo, se o seu peso é 80 kg e a sua altura é 1,80m, a fórmula para calcular o IMC ficará:

 

IMC = 80 ÷ 1,802

IMC = 80 ÷ 3,24

IMC = 24,69

 

De acordo com o médico, a cirurgia não é tratada mais como “bariátrica”, e sim como cirurgia metabólica, justamente pelo fato de não ser feita apenas em obesos, mas em pessoas que tenham problemas relativos à obesidade, como a diabetes.

  

Serviço

 

A Gastro MT fica na Rua das Begônias, nº 615, no Bairro Jardim Cuiabá.

 

Os telefones para contato são: (65) 2127-4412 / 2127-4409 / 3322-0083

 

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