Um clima de pânico se instalou em um voo da companhia aérea Gol que partiu do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para o terminal Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana da Capital.
Passageiros relatam que uma viagem, antes prevista para durar apenas duas horas, acabou se tornando uma jornada de nove horas de tensão e desespero, graças à falta de informação e de atendimento da companhia.
Segundo a jornalista Priscilla Vilela, 26, o voo 2056 da Gol partiu de São Paulo às 16h, com previsão de chegada na Capital às 18h05. No entanto, o mau tempo fez com que o pouso da aeronave no terminal de Várzea Grande não fosse possível.
"Ficamos uma hora sobrevoando o aeroporto, sem chance alguma de pousar, porque a pista estava muito alagada. O piloto, então, decidiu seguir para o terminal de Campo Grande (MS), porque precisava abastecer"
“Ficamos uma hora sobrevoando o aeroporto, sem chance alguma de pousar, porque a pista estava muito alagada. O piloto, então, decidiu seguir para o terminal de Campo Grande (MS), porque precisava abastecer”, relatou.
Um advogado de 24 anos, que se identificou apenas como Rafael, conta que o avião chegou a arremeter para a pista, mas de última hora voltou a decolar. Sem informação alguma por parte da tripulação, os passageiros descobriram que estavam voando para Campo Grande graças a um “vazamento” do áudio do piloto com a torre de comando.
“Até então, ninguém nos informou para onde estávamos indo ou o que precisaria ser feito”, contou.
O avião pousou em Mato Grosso do Sul por volta das 19h40 e os passageiros teriam sido proibidos de descer da aeronave, segundo os relatos.
“A aeronave foi reabastecida e levantamos voo novamente. Em Cuiabá, passamos mais uma hora sobrevoando o terminal. Nesse intervalo, havia pelo menos mais três aeronaves tentando pousar na Capital, mas a chuva estava muito forte”, disse a jornalista.
"Chegou a sair faísca do avião e o barulho foi muito alto, assustando todo mundo. O avião estava cheio. Entre os passageiros havia idosos, estrangeiros e mulheres passando mal, vomitando, com crise de pânico, pressão alta"
Raio e desesperoConforme os passageiros, quando o comandante da aeronave desistiu, pela segunda vez, do pouso em Cuiabá e decidiu retornar para Campo Grande, um raio atingiu o avião, o que aumentou a crise de pânico entre os clientes.
“Chegou a sair faísca do avião e o barulho foi muito alto, assustando todo mundo. O avião estava cheio. Entre os passageiros havia idosos, estrangeiros e mulheres passando mal, vomitando, com crise de pânico, pressão alta”, relatou Vilela.
Segundo relatos, havia cerca de 130 pessoas na aeronave, mas apenas três comissários disponíveis para atender a todos, sem sucesso.
Ao chegarem novamente em Campo Grande, por volta das 22h30, os passageiros foram novamente impedidos de descer da aeronave, sendo que muitos estariam passando mal e se queixando de fome.
“Dentro do avião eles apenas serviram para gente um saquinho de 30 gramas de amendoim. Essa foi a nossa janta”, queixou-se Vilela.
“Pressionei um comissário e ele afirmou que não possuíam autorização da Central de Comando da Gol para permitir o desembarque dos passageiros”, relatou o advogado.
De acordo com os passageiros, o comissário confessou que a tripulação estava trabalhando desde às 8h e que precisavam decolar novamente, porque o tempo da jornada de trabalho iria se esgotar e, nesse caso, a equipe precisaria ser trocada, o que não estava sendo autorizado pela direção da companhia.
“Quando todo mundo começou a levantar e a pressionar a tripulação, eles abriram as portas e nos autorizaram a descer no aeroporto. O problema é que o terminal estava escuro, parecia desativado, porque acho que está em reforma. Lá, não nos deram comida ou água – apenas quente, direto dos bebedouros”, contou a jornalista.
"Pressionei um comissário e ele afirmou que não possuíam autorização da Central de Comando da Gol para permitir o desembarque dos passageiros"
Sem acomodação, nem alimentaçãoSegundo Vilela, a tripulação afirmou que não poderia pagar hotel para todos, porque não havia acomodação suficiente na cidade por conta de um evento que ocorria no local, e também não havia como alimentá-los, porque o restaurante conveniado com a empresa, no terminal, estava fechado.
“Eles disseram que o tempo em Cuiabá estava melhorando e que iríamos decolar novamente. Porém, tinha gente que estava conversando com familiares aqui que diziam que pelo menos sete voos tinham sido cancelados e que a chuva continuava forte”, disse.
De acordo com a jornalista, eles foram informados de que retornariam à Cuiabá quase meia-noite, mas precisariam aguardar a nova tripulação, que chegaria apenas 1 hora da manhã.
“Quando a nova tripulação chegou, voltamos a embarcar. Antes do avião decolar, uma senhora passou muito mal e precisou ser retirada da aeronave com ambulância, o que atrasou mais uma vez o voo”, relatou Vilela.
Conforme a jornalista, durante todo o voo de Campos Grande para Cuiabá, os passageiros viajaram no escuro e sem serviço de bordo, porque a chuva continuava forte.
Reprodução/Facebook
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Jornalista Priscilla Vilela, que pretende acionar empresa pela falta de atendimento
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“Viajamos com o avião ainda sujo, principalmente porque teve algumas pessoas que vomitaram lá dentro. Parecia que estávamos em uma ‘lata de sardinha’. Todo esse transtorno para que a empresa não tivesse gastos com hotel ou alimentação”, reclamou Vilela.
O avião conseguiu pousar em Cuiabá apenas às 3h deste sábado (22), segundo a jornalista. Ela, assim como outros passageiros, prometem acionar a companhia aérea na Justiça.
“Apenas quando chegamos aqui é que eles os deram um vale alimentação de R$ 25. Mas isso não paga o transtorno e vou entrar na Justiça contra a empresa”, afirmou.
“Houve falta de informação e de atendimento aos passageiros e com certeza irei entrar na Justiça. O mau tempo não justifica a forma como nos trataram”, disse o advogado.
Outro lado
Ao
MidiaNews, a Gol Linhas Aéreas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o voo 2056 precisou ser alternado para Campo Grande (MS) devido ao mau tempo.
Segundo a assessoria, a rota foi alterada para garantir a chegada dos passageiros em seu destino final e toda a assistência necessária foi dada aos passageiros.
Confira abaixo a íntegra da nota enviada pela Gol ao MidiaNews:"A Gol esclarece que devido as fortes chuvas em Cuiabá na noite do dia 21 de novembro de 2014, o voo G3 2056 (São Paulo/ Cuiabá) alternou o seu pouso para o aeroporto de Campo Grande. Esta é uma medida que visa, prioritariamente, garantir a segurança de todos.
Em Campo Grande a companhia não mediu esforços para minimizar o desconforto dos passageiros. Foram realizadas várias tentativas para melhor acomodar os clientes mas, infelizmente, não houve disponibilidade de hotéis na região. A Gol reforça que promoveu todas as ações necessárias e só retornou ao destino final na condição total de segurança aos clientes".
Comentários (23)
É dever da companhia aérea manter seus passageiros informados sobre qualquer procedimento que ocorra durante o voo. Passageiros se sentiram lesados, com razão, e devem sim procurar seus direitos. Devem sim agradecer a Deus por terem chegado em solo com vida, mas viajar com mau tempo, sem informações, em um avião sujo e ainda por cima cheirando a vômito não é nada legal. É por isso que as leis no Brasil não funcionam, porque pessoas como estas que julgam os passageiros de quererem apenas se beneficiar com R$, se acomodam naquilo que lhes atinge e não fazem valer seus direitos!
enviada por: Jéssica Data: 24/11/2014 10:10:23
ESTÃO VIVOS, AGRADEÇA, AGORA QUEREM TIRAR PROVEITO FINANCEIRO DA SITUAÇÃO.
enviada por: leandro Data: 24/11/2014 08:08:49
Concordo com quem acha que a empresa deve ser punida. Era obrigação da cia aérea conversar com Zeus e mandar parar a chuva com raios né? Deprimente....
enviada por: Paulo Data: 24/11/2014 07:07:06
Entendo seus motivos, é um tipo de situação que depende da sorte também. Mas nao chega nem aos pés do que passei em abril de 2012: Ao passar por Alto Araguaia-MT vindo pra Cuiabá de ônibus( Sao Luiz), ficamos parado prox a Alto Garças devido a greve na AL por 50 CINQUENTA horas, sai do meu destino quinta a noite e Cheguei em Cuiaba no domingo de manha , a previsao sempre era de 10 hs. E ai? O que fazer? ........Agradecí por chegar em casa, apenas.
enviada por: Marcos Data: 23/11/2014 23:11:22
Foi a pior coisa que me ocorreu. A pressao foi tamanha que fui acometido de uma crrise nervosa que me levou a defecar nas calças e nao pude nem protestar.
enviada por: Romoaldo neves Data: 23/11/2014 21:09:57
Acredito que a Sra.Rosane falou claramente o qu eaconteceu, pois estva no vôo. O Brasil é o país dos MEUS DIREITOS, e por qualquer coisa entram na justiça , entupindo-a de causas sem procedências. Aí estamos vendo 2 problemas : Um povo sem noção do certo e errado, pois o piloto foi treinado para isso e assim agiu, e também um povo que por qualquer coisa quer aparecer e processar todos.
enviada por: antonio carlos Data: 23/11/2014 15:03:12
O que vem primeiro é a segurança, e isso foi preservado, então parabéns ao comandante e companhia aérea. Reclamar por coisas ocasionadas por fatores da natureza é uma tremenda falta de senso. Isso são aquelas pessoas que a qualquer custo querem cegar no horário, se não tivessem obedecido regras de segurança estariam agora em meio a destroços. Reclamem menos e agradeçam mais
enviada por: Marcio Data: 23/11/2014 14:02:12
É comum o mal tempo em Cuiabá-MT, durante Novembro, Dezembro e Janeiro de cada ano; porém a Companhia aérea deve dar toda cobertura aos passageiros, para preservar o seu conforto social e moral.Antes de viajar consulte a meteorologia...
enviada por: Cleber Data: 22/11/2014 21:09:32
Com relação a reportagem acima tenho que aqui expor a minha declaração. -O comandante estava corretissimo em seu procedimento. Eu e meu marido estavamos no vôo e temos a dizer que o comandante agiu na forma mais correta dentro do que lhe é permitido. Se estivéssemos mortos por uma tragédia provavelmente não estaria elegando tantas invenções. Como poderiam adivinhar para providenciarem em hotel e restaurante para tantas pessoas. Em omento algum o comandante foi precionado a abrir as portas muito pelo contrário disse estar esperando ordens de São Paulo e tão logo recebeu abriu as portas. Se o aeroporto não tinha como atender a todos a todos culpa não é do comandante. No saguão tinha uma meia dúzia de inteligentes que tentaram coagir outros passageiros mas não obtiveram êxito. Talvez se hoje estivéssemos mortos suas famílias receberiam a indenização tão desejada por esses que só fazem criticar.
enviada por: Rosane Maria de Azevedo Data: 22/11/2014 20:08:17
Eu no lugar dessa jornalista estaria dando graças a Deus por ter chegado bem, falta de comida por algumas horas não tira pedaço de ninguém, ao meu ver a tripulação só agiu errado por não prestar informações, mas os demais procedimentos foram corretíssimos, pois em Cuiabá e Várzea Grande chovia pra caramba.
enviada por: Nelson Data: 22/11/2014 19:07:26
Alternar um vôo por questão de segurança ou mal tempo é uma atitude normal e correta de segurança tomada pelo comandante da aeronave pra manter a integridade dos passageiros, tripulação e avião, só que atitude das companhias é que deixam à desejar tratam o cliente com desdém e falta de respeito e consideração com aqueles que são os responsáveis por elas existirem.
enviada por: Julinho Data: 22/11/2014 19:07:23
A falta de organização, corrupção e falta e confiabilidade das instituições de regualação fazem com que as empresas tenham a sensação que estão acima da lei. Lamentável essa atitude da GOL.
enviada por: Moreira Data: 22/11/2014 18:06:12
Mesmo que a tripulação informasse os contornos do voo, os desconfortos ocorreriam do mesmo jeito. Só faltou informar os passageiros, calma gente, estamos todos vivos.
enviada por: Sobrevivente Data: 22/11/2014 17:05:46
Se o voo CANCELA por mau tempo, reclamam. Se a empresa faz de TUDO para conseguir chegar ao destino com segurança, reclamam. Isso se chama oportunismo. Processo por falta de teto para pouso e disponibilidade na rede hoteleira, sendo que todos chegaram ao destino conforme contrato? Vai com tudo... vai perder tempo e dinheiro. Somente no Brasil que é fornecida toda essa assistência e em virtude de condições meteorológicas. No restante do mundo: O problema e azar é de quem está viajando.
enviada por: Felipe Data: 22/11/2014 17:05:28
Tem gente que faz escândalo sem a mínima necessidade. É claro que os pilotos trabalham somente com segurança e proteção a vida. Jamais eles vão por em risco a vida das pessoas. Mas tem gente que por qualquer medida de segurança que um piloto toma, já fica esbravejando, tumultuando as coisas ou mesmo querendo se aparecer. É por isso que o governo do Estado queria reformar o aeroporto de Rondonópolis pra que ficasse como alternativa numa situação como narrado na reportagem, mas neste mesmo espaço choveu muitas criticas em cima do Silval Barbosa, alias tudo que Silva faz, sempre tem gente do contra pra por defeito ou desmoralizar. Hoje não há outra saída em caso de emergência intempérie, os aviões têm mesmo que ir pra Campo Grande onde está o nosso alternativo mais próximo, onde poderia muito bem pousar na cidade de Rondonópolis. Mas não, o povo foi contra este investimento que era prometido pra antes da copa. Por isso que digo: deixa o homem trabalhar em paz pessoal.
enviada por: Gilston Data: 22/11/2014 15:03:44
Quem viaja de ônibus passa por problemas bem maiores. Comida? Não! Acomodação em hotel? Não! Informações? De jeito nenhum! Para quem reclamar? Também não!
enviada por: Nego Preto Data: 22/11/2014 15:03:40
Depois ainda dizem que ''Avião é um meio de transporte mais seguro que existe''..
enviada por: joaozinho Data: 22/11/2014 15:03:28
Jornalista Priscilla Vilela, voce tem o meu apoio, isso é falta de respeito com os clientes.
enviada por: Fatima Data: 22/11/2014 15:03:25
precisam de mais treinamento, mais assistencia, só querem cobrar...
enviada por: mario Data: 22/11/2014 15:03:18
Que absurdo. A ANAC ou quem quer que seja responsável tem que punir exemplarmente essa companhia aérea.
enviada por: Mainardo Aragao Data: 22/11/2014 14:02:38
povo reclama de tudo, deveria agradecer de estarem vivo, devido a forte chuva, porque algo pior poderia ter acontecido.
enviada por: Tesla Valim Data: 22/11/2014 14:02:14
Primeiro lugar ficar voando em cima do aeroporto e esperar o tempo melhorar é coisa normal aliás só se pousa com 100% de segurança. Tudo bem que não foram informados isso deveria ter sido falado pelo comandante do voo. Outra coisa raio atingir o avião? Vai cair nunca porque é projetado para isso, se fosse assim não poderia voar com chuva. Eu já passei por isso algumas vezes é frustante quando não tem informação porem é normal fazer espera em volta do aeroporto, arremeter (cancelar o pouso) e até mesmo ir para outro aeroporto para abastecer, enfim a única coisa errada que vi aqui foi a falta de informação do comandante com vocês.
enviada por: Julio Data: 22/11/2014 14:02:04
Gente, apenas para reflexão, eu entendo o transtorno de estar dentro de uma aeronave e não poder pousar. Não tenho nada a ver com nenhuma Cia Aérea mas meu trabalho me obriga a voar semanalmente e já passei por algumas situações de emergência. Só acho que todos precisamos fazer uma grande reflexão sobre os motivos que levaram a este incidente! Não adianta se revoltar contra a Cia Aérea! Tenho certeza de que toda a tripulação gostaria de ter pousado tanto quanto qualquer passageiro! E que para a Cia Aérea não é negócio abastecer avião para ir dar voltinha! Outro fato é que a tripulação NÃO está lá para oferecer água e bolachinha! Está lá para pensar (principalmente em momentos de estresse como este) em como manter o voo em segurança! E passageiros histéricos nada ajudam! Às vezes sinto vergonha alheia ao ver pessoas gritando com equipe de solo em virtude de voos cancelados. É no mínimo demonstração de falta de educação e ignorância sobre os procedimentos aeronáuticos. PRECISAMOS sim pensar e cobrar o que as nossas autoridades estão fazendo para manter nossos aeroportos em condições de uso e segurança! A realidade é que deveriam existir hotéis preparados para estas emergências (próximos aos aeroportos) com estrutura para hospedagem e alimentação. É fato que a maioria das Cidades do país não tem hotelaria disponível para casos assim. Apenas para pensar... Se sempre - no Brasil, não procuramos o caminho mais fácil - como judicializar e culpar inutilmente, ao invés de lutarmos por um País que ofereça melhores condições para todos! Duvido que algum dos dois aeroportos tenham recebido qualquer crítica formal de algum dos passageiros. Mas a tripulação entregou o que precisava entregar! Todos em seu destino, em segurança, sãos e salvos! E existe alguma coisa mais importante que um serviço que zela pela integridade de nossas vidas? (...)
enviada por: Elizangela Data: 01/12/2014 13:01:44