Primeira capital de MT festeja 262 anos de vida
Município contará com programação para comemorar aniversário
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Cidade traz no coração da cidade as ruínas de uma catedral do período colonial
A primeira capital de Mato Grosso, Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km a Oeste de Cuiabá), comemora 262 anos no dia 19 de março, e a festa começa nesta terça-feira (18.03), com apresentações das tradicionais danças do Congo e Chorado, além do show nacional da banda Só Pra Contrariar. A histórica “Cidade Negra”, com população composta quase que exclusivamente por descendentes de escravos africanos, convida a todos para prestigiar a festividade gratuita, e conferir o potencial cultural e turístico do município.
Sua rica cultura e belezas naturais são atrativos extras da comemoração do aniversário da cidade mais antiga do Estado, que também determinou o nome Mato Grosso. Quando os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, descobridores das Minas do Mato Grosso, em expedição nas margens do Rio Galera, no Vale do Guaporé, se depararam com uma mata grossa, fechada, com altas árvores, quase impenetrável, que se estendia por pelo menos sete léguas, a denominaram de Mato Grosso.
Traz no coração da cidade as ruínas de uma catedral do período colonial. Bem no centro de Vila Bela. Ela é um símbolo da cidade e constitui o marco de uma história que começa em 1752. Naquela época, a descoberta de riquezas minerais na região do Rio Guaporé, fez com que Portugal se apressasse em povoá-la, temendo que os vizinhos espanhóis fizessem o mesmo. Foi então criada a Capitania de Mato Grosso e sua capital instalada em 19 de março do ano de 52, com o nome de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Enquanto foi capital, a cidade obteve um grande progresso devido aos investimentos em infra-estrutura e incentivos fiscais para os novos moradores. No entanto, as dificuldades de povoar a região (distância, doenças, falta de rotas comerciais) e o estabelecimento de um importante centro comercial em Cuiabá acabaram forçando a transferência da capital, em 1835.
Como qualquer outra cidade, Vila Bela não resistiria. Os moradores abandonaram a região, deixando casas, estabelecimentos comerciais e escravos para trás. Um dos episódios mais fascinantes de toda essa história, são estes escravos abandonados que garantiram a sobrevivência da cidade, constituindo no local uma comunidade negra forte, unida e fiel às suas tradições.
É no mês de julho com as festas do Senhor Divino, Congo e São Benedito que o orgulho de gerações são representadas, com alegria, fé e perseverança de um povo que ainda guarda na memória dores de discriminação, abandono e intolerância.
Vale a pena conferir
Além da visitação nas ruínas, o povo também foi agraciado com as belezas naturais de tirar o fôlego e que valem a pena serem conferidas. Seguindo 14 quilômetros de carro e mais dois a pé, há duas belíssimas cascatas: Namorados (76 metros de queda) e Cachoeirinha (46 metros). Outra opção, com acesso mais difícil, porém compensadora, é a cascata do Jatobá, com 140 metros de queda.
Depois de terminar a caminhada, pergunte a qualquer morador onde encontrar uma garrafa de Canjinjin. Com efeitos terapêuticos (e afrodisíacos, dizem) devastadores, esta é uma bebida alcoólica preparada somente por mulheres e cuja receita é um segredo de família.
Programação
18 de março
18h - Apresentação da Dança de Capoeira – Praça Central;
20h - Apresentação cultural (Dança do Congo, Chorado, Grupo Chic Bela, Grupo Raízes do Quilombo);
21h - Apresentação dos alunos do Projeto Musicar;
23h50 - Queima de fogos;
0h - Show Nacional com a Banda SÓ PRA CONTRARIAR.
19 de março
(Dia de São José – Padroeiro da Cidade)
7h30 - Hasteamento da Bandeira – Praça Central;
18h - Descerramento da Bandeira;
19h - Missa na Igreja Matriz – Praça Central;
21h - Encerramento (com bolo), e apresentação com as crianças do projeto Matingangolê (Choradinho).
Comentários (1)
Parabéns ao editorial do Midia News pela excelente narrativa da história de Vila Bela. Nossa história de MT é belíssima e muito, muito rica. É uma pena que ela é assassinada e esquecida diariamente por nossos governantes que desconhecem palavras como IDENTIDADE E CULTURA.
enviada por: Kauan Data: 18/03/2014 13:01:38