O Ministério Público Estadual (MPE) investiga há três anos supostas cobranças abusivas na prestação de serviços funerários pela Sociedade Mato-grossense de Empreendimentos (Somatem), empresa que administra o cemitério Bom Jesus de Cuiabá, localizado no bairro Parque Cuiabá, às margens da Rodovia Palmiro Paes de Barros.
O preço do sepultamento no Bom Jesus de Cuiabá, conforme apurou o
Midianews, pode chegar a quase R$ 10 mil.
O inquérito, instaurado em 2010 pelo promotor de Defesa do Consumidor Ezequiel Borges, aponta possuir “documentação farta” a qual indica irregularidades no contrato estabelecido entre a Prefeitura de Cuiabá e a Somatem.
Conforme o MPE, não foi realizada “licitação prévia”, o que desrespeita a Lei Complementar Municipal 04/92, que trata da concessão de cemitério por empresa particular.
“A Prefeitura Municipal poderá conceder a terceiros o direito de construir, explorar ou operar os cemitérios, sempre precedido de concorrência pública”, destaca o artigo 430 da lei.
Na portaria que instaura o inquérito, o promotor relata que o cemitério foi construído há 35 anos pela Comunidade Senhor dos Passos com a autorização da Prefeitura de Cuiabá.
Na época, a comunidade repassou a administração do cemitério à Somatem, de maneira inusitada, como aponta o MPE.
“Em 1977, dois anos após a outorga, a entidade religiosa beneficiada, mediante remuneração mensal, firmou um inusitado Instrumento particular de concessão e e exploração da área com a empresa Somatem, cuja situação jurídica perdura até a presente data”, cita o inquérito.
Borges afirma que o contrato com a Samatem “subverte a ordem jurídica”. Ele também acusa a Prefeitura de não fiscalizar a tabela de preços oferecida pela Somatem, que, de acordo com lei, precisa ser aprovada pelo Município.
“A Prefeitura aprovará a tabela de preços nos casos de cemitérios concedidos, obrigando-se o concessionário a dar publicidade à mesma, sendo vedado criar outros encargos para os adquirentes que não os constantes da tabela”, aponta o inquérito.
Outro questionamento que o promotor faz é se a Somatem está repassando os 3% de lucro que ganha à Comunidade Senhor dos Passos, conforme foi estabelecido no contrato da época.
O promotor também cobra da Somatem a tabela de preços enviada ao município.
Quanto custa para morrer?Para comprar um jazigo no Bom Jesus há opção de dois preços apenas. O primeiro é de R$ 6.305, em área considerada nobre. E o segundo é de R$ 4.409, na parte de baixo do cemitério.
Pedro Alves/MidiaNews
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Urnas funerárias podem custar de R$ 950 até R$ 14 mil
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Além disso, tem o valor do caixão, que não sai por menos de R$ 950, podendo chegar a R$ 14 mil. Há ainda o valor do translado do corpo incluso no serviço funeral.
A conservação do corpo a ser sepultado no município é R$ 600. Ser for para outra cidade é R$ 850.
Cemitério públicos Para quem não tem condições de custear um enterro particular, existem dois cemitérios públicos com espaço disponível: o São Gonçalo, que fica às margens da rodovia Palmiro Paes de Barros e o Campo Santo, que fica aos fundos do cemitério Bom Jesus. Esse último também é administrado pela empresa Somatem.
Nesses dois locais, os enterros são gratuitos. No entanto, as famílias têm um prazo de três anos para comprar um jazigo e retirar os restos mortais dos entes queridos.
Passados os três anos, os restos mortais são retirados do túmulo e colocados no ossário.
Os cemitérios mais antigos em Cuiabá são: Porto, Cóxipo e Piedade, que já não possuem mais espaço. Neste locais, são enterradas apenas famílias que já possuem jazigos.
Outro ladoNa sexta-feira (8), a reportagem entrou em contanto como o proprietário da Somatem, Luiz Silvio Muller. Por telefone, ele disse à reportagem que estava viajando e não poderia falar do assunto até esta segunda-feira (11), quando retornaria a Cuiabá. Por telefone, ele apenas disse desconhecer a investigação do MPE.
Durante a manhã desta segunda-feira (11), a reportagem tentou por várias vezes entrar em contato com Muller. No entanto, não obteve retorno das ligações.
Quanto à fiscalização da Prefeitura, através da assessoria de imprensa, disse que, segundo informações da Secretaria de Serviços Urbanos, há sim uma licitação para a Somatem administrar o cemitério por 30 anos.
Com relação a tabela de preços dos serviços funerários prestados pela Somatem, a Prefeitura afirmou que os valores foram estabelecidos e devidamente ajustados no contrato de licitação.
Comentários (9)
Rapaz, esse assunto é antigo hein? Eu acho carro pra burro lugar em cemitério particular, e as taxas da prefeitura também, a prefeitura deveria fazer igual caixão, se não tem condição enterra de graça, e se tem condição pode escolher entre o mais barato até onde o cabra aguentar. No cemitério não, agente entra no ferro mesmo, ou é indigente ou sai de baixo meu amigo.............
enviada por: Serival Coutinho Data: 12/11/2013 14:02:08
Estive em finados no P. Bom Jesus e vi um cemitério arrumado e organizado, então o que falta é fiscalização do poder público e do próprio MPE. Tenho 78 anos de idade, já morrei em seis Estados diferentes, e várias cidades e nunca vi empresas funerárias da qualidade das de Cuiabá, não sei o preço se tá caro ou barato, graças a deus nunca perdi parentes aqui, mas todo funeral de amigo que vou nunca ouvi uma reclamação se quer, e os velórios são muito bem localizados e confortáveis, então o que falta e o governo fazer sua parte. FISCALIZAR.
enviada por: Flavio Cavalga Data: 12/11/2013 13:01:17
Se você fica vivo é caro!!! Se morre achando que vai acabar com tudo e descansar, enganou-se porque para o Falecido é descanso para os familiares é sufoco!!!
enviada por: Leandro Albérico Data: 12/11/2013 13:01:14
Isso mesmo espero q/ vocês dê uma olhada também nas taxas Administrativas, pois eles todo ano cobram um preço absordo de manutenção. Não deveria existir isso assim a população não poderá em pagar um jazigo. Imagina um pobre. Os valores da taxa são muito alto, não importa que sejas anual, mas deveria ser mas acessivo. É bom vocês do MP fazer esta investigação.
enviada por: Cleonice Data: 12/11/2013 11:11:47
Para mim estão aproveitando a muitos anos da morte dos entes queridos, DEMOROU PARA O MINISTERIO PUBLICO AGIR POIS SERA QUE NÃO PERCEBERAM OU FISERAM VISTA GROSSA, POIS É O METRO DE TERRENO MAIS CARO EM CUIABÁ NÃO CONSEGUE PERCEBER ISSO!!!!!!!!!!!!!! VAMOS AGIR TAMBÉM PREFEITO M M
enviada por: Evandro Eloy Data: 12/11/2013 09:09:06
Vocês já viram as condições o cemitério São Gonçalo? Uma vergonha. Capim nascendo para tudo quanto é lado. Capim alto, no meio de melacias e maxixes. Lixo que é retirado de dentro das covas são jogado de lado, encontra-se inclusive. Uma vergonha. Questão de saúde pública.
enviada por: Jandira Pedrollo Data: 11/11/2013 21:09:29
E a Tal taxa de conservação que eles cobram?? Se não pagar 3 taxas consecutivas a pessoa perde o direito sobre o jazido e o ente falecido é desenterrado. E o Pior: eles não prestam nenhum tipo de serviço de conservação sempre há mato nos jazidos e nas suas adjacencias.
enviada por: Lazaro Data: 11/11/2013 16:04:23
O Ministério Público também deveria fiscalizara respeito das funerárias existentes em Mato Grosso, principalmente em Cuiabá cujo o monopólio fica nas mãos de uma ou duas empresas. Voce não poder abrir uma funerária para vendas de caixões muito menos se for prestar serviços de translados. É um absurdo toda população ficar refém nesses casos.
enviada por: jose Silva Data: 11/11/2013 14:02:51
Desde o momento q nascemos o morremos, Ja estamos pagando por isso.O pior q pagamos mais caro para morrer. Tudo são negòcios, si ñ morre ninguèm, as funeràrias ñ trabalha e os funcionàros q tem sua familia, como sobrevive, neste caso temos q morrer, par a alguèn si dar bem, è a realidade da vida mais ja sabemos q em todo negòcio tem um lado escuro , è tdo isso envolve dinheiro, resumeindo: tdo è um negòcio, isso ñ è somente as funeràrias, em geral tudo..agora a somatem tinha q verificar, o de la denuncia, pq muitas veses, o responsàvio geral ñ esta sabendo exatamente o q passa dentro de sua empresa, ufss falei
enviada por: Ilda auxiliadora Data: 09/08/2017 23:11:28