Por 16 votos a 4, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Teto de Gastos foi aprovada em primeira votação, na noite desta terça-feira (24), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
A proposta determina o congelamento dos gastos públicos em um prazo de cinco anos. O texto foi encaminhado pelo Executivo à Assembleia no fim de setembro e teve a votação adiada por diversas vezes.
Durante a votação desta terça-feira, somente quatro parlamentares foram contra a proposta: Janaina Riva (PMDB), Valdir Barranco e Allan Kardec, ambos do PT, e Wancley Carvalho (PV).
Apesar de membro da base aliada, Wancley é servidor público e optou por votar contra por afirmar que a medida pode prejudicar a categoria.
Uma das surpresas foi o posicionamento do deputado Zeca Viana (PDT), membro da oposição, que votou a favor. Porém, o parlamentar já havia afirmado, anteriormente, que, mesmo sendo contrário ao Governo tucano, era a favor da proposta.
Os demais deputados, que compõem a base aliada ao governador Pedro Taques (PSDB), manifestaram apoio ao texto, que recebeu emendas após ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em 10 de outubro.
Estiveram ausentes os deputados Meraldo Sá (PSD), Adauto de Freitas (SDD), Baiano Filho (PSDB) e Sebastião Resende (PSC).
O procedimento agora passará por uma segunda votação, em um prazo de até 15 dias.
A partir de agora, a PEC poderá receber emendas somente da Comissão Especial, que analisará o atual texto da proposta.
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), afirmou que o texto será alvo de novos debates na Comissão Especial.
“Agora, antes da segunda votação, a Comissão Especial irá apreciar e vamos continuar discutindo a PEC”, disse, pouco após a primeira votação.
Manifestações de servidores
Os servidores públicos estaduais estiveram na galeria da Assembleia e confrontaram parlamentares favoráveis à PEC.
Empunhando cartazes com dizeres contra a proposta, servidores chegaram a vaiar falas de deputados governistas.
Para os servidores, a PEC representa retrocesso, pois trará prejuízo à categoria e aos serviços como saúde, educação e segurança pública.
Para Eduardo Botelho, a manifestação foi pacífica e não prejudicou o andamento da sessão.
"Eles se manifestaram de modo muito respeitoso e sossegado. Foi bem tranquilo", afirmou.
Votações adiadas
Prevista para acontecer no início do mês, a votação da PEC sofreu diversos adiamentos. O último deles ocorreu na última quarta-feira (18), após decisão do desembargador plantonista Sebastião Barbosa Farias, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O mandado de segurança, com pedido de liminar, foi impetrado pelos deputados Allan Kardec e Valdir Barranco, ambos do PT, e Janaina Riva (PMDB), na noite de 17 de setembro. Eles alegaram que o presidente da Assembleia teria violado o procedimento do direito de vista.
Os parlamentares pontuaram que a Mesa Diretora concedeu, na sessão de 17 de setembro, vista conjunta aos deputados Allan Kardec e Mauro Savi (PSB), em relação à PEC, pelo prazo de 24 horas.
Os membros da oposição alegaram que o Regimento Interno da Casa prevê que o prazo de um dia de vista somente pode ser concedido em regime de urgência no âmbito de comissões.
Desta forma, os três deputados alegaram que a vista de apenas 24 horas não poderia se aplicar ao caso da PEC de Teto de Gastos. Eles pediram que fosse concedido cinco dias, conforme prevê o Regimento Interno.
Em sua decisão, o desembargador pontuou que a vista de 24 horas, em um procedimento que não é considerado de urgência, poderá trazer prejuízos e até mesmo acarretar nulidade futura, "em desrespeito à norma posta pelo Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado".
Sendo assim, ele atendeu o pedido da oposição e postergou a votação da proposta.
A PEC
Entre outros itens, o texto impõe condição para a Revisão Geral Anual (RGA), impede a concessão de incentivos fiscais e determina que o Governo apresente uma reforma administrativa, incluindo o programa de incentivo à demissão voluntária.
Para ser aprovada, a proposta precisa passar por mais duas votações no Legislativo estadual.
A PEC precisa estar aprovada antes do fim de novembro, prazo para que o Governo Federal decida se dará os benefícios da aprovação da medida, entre os quais está o não-pagamento de R$ 1 bilhão em dívidas com a União.
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9 Comentário(s).
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Dr Davi 06.11.17 08h34 | ||||
Aumento da carga tributária sobre o comércio, aumento da alíquota do boi em pé e agora restrições a direitos dos servidores para garantir a renúncia fiscal do sojicultor, que financia campanhas no Estado. Mesmo assim não será suficiente porque a agricultura é o setor mais forte do Estado e causa danos à infraestrutura, pontes, rodovias e malhas viárias, que o comércio, a indústria e os trabalhadores e servidores não conseguirão custear. | ||||
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Pardal 26.10.17 18h23 | ||||
Era preciso fazer alguma coisa, porém não de forma drástica. | ||||
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claison 25.10.17 10h02 | ||||
PARABÉNS, TEM QUE LIMITAR OS GASTOS SIM, SOMENTE ASSIM SAIREMOS DESSE CAOS... PARABÉNS.... | ||||
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Alfredo 25.10.17 09h32 | ||||
Eles vão pagar é muito caro pelo que estão fazendo, aguarde e confie | ||||
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Teka Almeida 25.10.17 07h57 | ||||
Tá, ai pergunto como ficam as dividas que deixarão de ser pagas??? isso ninguém falou até agora, pois um dia a conta chegará a que preço?????? Vão fazer novos empréstimos, não esquecendo que temos os que foram suspensos. Os salários estarão totalmente achatados, quem sabe até menos que um salário mínimo. Lá na frete, bem lá na frente o estado de Mato Grosso vai quebrar, ai com certeza esse governo e quem que aprovou estarão bem longe, inclusive do nosso espaço físico, mas serão lembrados pela devastação, pelo caos financeiro aqui instalado. | ||||
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