O procurador-geral de Justiça Paulo Prado minimizou nesta quinta-feira (28) o fato de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar a emissão de cartas de crédito a membros do Ministério Público Estadual se debruçar também sobre os atos de ordenação de despesas dos procuradores gerais de Justiça.
A afirmação foi confirmada, recentemente, pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB). Em tese, significa que Prado e o ex-procurador Marcelo Ferra deverão ser os principais alvos, já que eles se revezam no comando da instituição desde 2005.
“Acho ótimo os deputados fazerem essa investigação. Vejo isso com tranquilidade. O Tribunal de Contas já faz isso, o Conselho Nacional do Ministério Público também já faz. A Assembleia será mais um órgão para atestar a lisura de como as coisas são feitas aqui dentro do Ministério Público”, ironizou Prado.
Apesar de defender a investigação, Prado disse que os deputados deveriam concentrar esforços em temas de maior relevância, ao invés de instalar uma CPI para investigar fatos que, segundo ele, já foram exaustivamente apurados.
“Penso que os deputados têm tanta coisa para fazer, como, por exemplo, um levantamento administrativo dos servidores que estão corretamente no Legilsativo, ou se não estão. Podem avaliar como está Mato Grosso nas áreas da saúde, da educação, ao invés de ficar instaurando CPI contra o órgão que é um exemplo nacional como o Ministério Público”, afirmou.
“Acho que esse ex-prefeito e deputado estadual, que conhece e sabe os desafios de Mato Grosso, deveria estar focado nessas questões do que vir investigar o MPE, que eles sabem que é a instituição em que eles vão encontrar tudo correto”, completou Prado, referindo-se ao deputado Wilson Santos, um dos membros da CPI.
Apesar da crítica, Prado disse que a investigação “faz parte da rotina” e que, caso seja convocado, irá prestar esclarecimentos.
A CPI
Um depoimento do ex-secretário de Estado Eder Moraes à CPI que investiga as obras da Copa do Mundo, na Assembleia Legislativa, levou os deputados a abrirem uma investigação contra o Ministério Público.
A investigação tem como alvo a emissão e o pagamento de cartas de crédito a 47 membros do MPE, no ano de 2009.
Os créditos foram pagos pela Rede Cemat (atual Energisa) que, em seguida, os utilizou para pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública Estadual. No contrato, os membros do MPE são representados pela empresa JBF Consultoria Tributária Ltda.
Eles autorizam a cessão e transferência das certidões, concedidas pelo Governo do Estado, para a Rede Cemat.
A empresa de energia pagou 75% do valor real das cartas. Pelo serviço, a JBF Consultoria recebeu R$ 250 mil.
O contrato de cessão de créditos tributários oriundos de certidões de créditos salariais de para Rede Cemat totaliza mais de R$ 10 milhões.
À época da denúncia, o procurador Paulo Prado afirmou que a planilha contendo os nomes de 47 membros do MPE se refere a vendas de cartas de crédito. Segundo ele, foram pagamentos de férias vencidas, as quais o Estado não teria condições de pagar.
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10 Comentário(s).
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joao ires 29.01.16 21h54 | ||||
Nada mais justo que seja que o mpe seja também investigado. se não ha nada temer porque se preocupar. Depois as denuncias vieram de alguém que não tem muita credibilidade, mas como diz o ditado onde a fumaça ... | ||||
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ANA MARIA 29.01.16 18h49 | ||||
Tem que investigar mesmo.Nao existe na face da terra, um servidor público com um salario de 160.000,00. | ||||
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Max Alex 28.01.16 20h28 | ||||
O MP não está acima de qualquer suspeita, se todos os órgãos tivessem periodicamente uma fiscalização séria e sem mácula, talvez não estaríamos inundado de iniquidade e corrupção que dizima milhares de brasileiros todos os dias, pois esse dinheiro desviado seria aplicado em educação, saúde, segurança, infraestrutura etc. | ||||
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Apolo 28.01.16 20h21 | ||||
O procurador tá com medinho, tá? | ||||
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bernardo vila 28.01.16 19h12 | ||||
Equivocada a conduta do Procurador Geral, deveria abrir o MP aos deputados haja vista que diz a instituição ser correta. Ninguém está acima de qualquer suspeita. Qualquer um, pessoa, empresa ou instituição pública, podem e devem ser investigados quando paire sobre elas, e seus integrantes, dúvidas sobre as suas conduta. | ||||
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