Cuiabá, Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
SISTEMA PRISIONAL
04.09.2015 | 13h40 Tamanho do texto A- A+

Detento de Cuiabá prefere cadeia a usar tornozeleira eletrônica

A.P.S., de 22 anos, se sentia incomodado com equipamento; juiz diz que nunca se deparou com situação parecida

Willian Fidelis/Sejudh-MT

O sistema de monitoramento é adotado para os reeducanados beneficiados pelo regime semiaberto

O sistema de monitoramento é adotado para os reeducanados beneficiados pelo regime semiaberto

LUCAS RODRIGUES
DO MIDIAJUR
Um réu condenado a oito anos de reclusão por homicídio e porte ilegal de arma preferiu voltar à prisão, no Centro de Custódia da Capital, do que ser monitorado pelo uso de tornozeleira eletrônica.

O caso inusitado ocorreu durante audiência realizada no dia 30 de julho pelo juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara Criminal da Capital.

O réu A.P.S., de 22 anos, que cumpria regime semiaberto, afirmou que estava trabalhando regularmente, com carteira assinada, e que não havia voltado a praticar crimes.

Na audiência, o juiz observou que, assim como os demais réus que cumprem pena no semiaberto, A. também deveria ser incluído no sistema de monitoramento eletrônico.

"Esse é o primeiro caso de um cidadão que se mantém totalmente contrário à sua monitoração"



Porém, segundo Fidélis, o recuperando “permaneceu irredutível, não querendo ser monitorado”.

“Friso que, infelizmente, nos mais de 2 anos e 6 meses que este magistrado está nessa vara e mais de 1000 pessoas que recebeu oportunidade de monitoração eletrônica, esse é o primeiro caso de um cidadão que se mantém totalmente contrário à sua monitoração e, por isso, será feita a sua vontade”, disse o juiz, no despacho.

Em razão da negativa, o magistrado disse que foi obrigado a determinar o retorno de A.P.S. à prisão, para cumprir os 20 dias restantes da pena.

“Determino que o reeducando seja encaminhado pela escolta até o Centro de Custodia da Capital. Intime-se o defensor constituído no reeducando para requerer o que achar de direito”, decidiu.

A.P.S. ficou preso na unidade até a última quarta-feira (2), mais de um mês depois da audiência, quando foi liberado, após receber o direito da progressão do regime semiaberto para o regime aberto.

Tornozeleiras

Em Mato Grosso, o sistema de tornozeleiras foi implantado em maio do ano passado, para evitar a reincidência criminal e baratear o custo dos presos para o sistema penitenciário.

Cada aparelho tem sistema de GPS, contém dois chips e deverá ser carregado, como aparelhos celulares, pelo próprio preso.

É também o reeducando o responsável pela manutenção do aparelho.

Segundo o juiz Geraldo Fidélis, caso não recarregue, retire ou estrague o equipamento, haverá sanções.

Entre elas, está prevista a regressão da pena e também o pagamento da tornozeleira.

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COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

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rodrigo Cuiabano  05.09.15 11h13
é triste então não os trate como "reeducando" trate-o como bandido , pois aqui no Brasil os "Reeducandos" não tem vez , até tentam mudar de vida , mais as portas de oportunidades são tão "estreitas" que quase impossivel uma oportunidade e eles acabam voltando a praticar crimes , exemplo desse rapaz , foi preso e esta pagando pelo que fez , esta trabalhando e a justiça não quer nem saber ! Pau na bun.. do coitado , quero ver é politico preso , quem rouba milhoes , matam muitos Brasileiros de fome e miséria, desemprego , queria ver um magistrado ter "Peito" pra fazer justiça com os pilantras de verdade! e n deixar para os ministros.
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edy marcos  04.09.15 19h57
Pau que dá em chico não tem que da em francisco?
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Luiz Carlos Fernandes   04.09.15 17h43
tenho a seguinte opinião sobre esse tipo de monitoramento, fere a dignidade da pessoa humana, pois uma vez que vivemos em uma sociedade preconceituosa, pois o reeducando ao desenvolver sua função em uma empresa pode deixar muitos clientes receosos com sua presença.Ex um entregador de gás com com o equipamento de monitoramento provocará sem sombra de dúvida um mal estar para quem esta recebendo o gás.
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Fabio Moreira   04.09.15 16h47
Isso se funcionasse o juiz federal não teria sido assaltado em sua residência num domingo a tarde haja vista que os presos têm que estar em suas residências até as 20:00 e permanecer sábado e domingo sem sair de casa e lá na casa do juiz foram presos dois usando as tornozeleiras como se explica isso??? Ou ninguém estava fazendo o serviço é secretaria de justiça incompetente nem isso dá conta , porque não fazem uma reportagem sobre isso ????onde foi o erro pois teve um erro já foi aberto processo incestigatorio pra saber as causas da não monitoraçao DOS presos?? Coma palavra o secretário de lá que nem sei o nome pois nem expressão deve ter pois pra eu nem lembrar o nome
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Anderson  04.09.15 16h37
É claro, na cadeia ele vai comer, beber e descansar sem precisar trabalhar duro! Se ele tivesse que ressarcir o estado pelas despesas que ele causou ao erário certamente pensaria duas vezes antes de decidir ficar atras das grades.
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