Cuiabá, Sábado, 21 de Junho de 2025
SEM LEGADO
24.03.2018 | 08h26 Tamanho do texto A- A+

VLT consumiu 4 vezes mais recurso que obras de escolas e hospitais

Pagamento de empréstimos da Copa pesou no orçamento estadual nos últimos cinco anos

Alair Ribeiro/MidiaNews

Vagões do Veículo Leve sobre Trilhos em Várzea Grande

Vagões do Veículo Leve sobre Trilhos em Várzea Grande

RODRIGO VARGAS
DA REDAÇÃO

O pagamento das parcelas, encargos e juros relacionados aos financiamentos das obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e da Arena Pantanal consumiu R$ 1,02 bilhão dos cofres estaduais desde 2013.

 

O montante equivale a quatro vezes o total gasto pelo Governo com a construção de escolas, hospitais, delegacias e unidades prisionais no mesmo período, segundo levantamento feito pelo MidiaNews no sistema Mira Cidadão, da Controladoria Geral do Estado (CGE). 

 

As duas obras, as mais caras do chamado legado da Copa de 2014, não foram concluídas até hoje.

 

Orçado em R$ 1,4 bilhão, o VLT foi viabilizado por meio de duas linhas de crédito obtidas com a Caixa Econômica Federal (Pró-Transporte, no valor de R$ 423,7 milhões) e o BNDES (CPAC, R$ 727,9 milhões) em 2012.

 

Vencido um prazo de carência de 14 meses, as parcelas e os juros dos empréstimos começaram a ser pagos a partir de janeiro de 2014.

 

Até o momento, segundo os dados do Mira, o governo pagou um total de R$ 752,9 milhões pela obra. Desse montante, R$ 112,7 milhões se referem apenas a juros e outros encargos.

 

A construção da Arena Pantanal, que custou cerca de R$ 700 milhões, contou com um aporte de R$ 392 milhões financiados pelo BNDES. Os custos com a operação começaram a pesar no orçamento estadual em 2013.

 

Desde então, aponta o levantamento, foram pagos R$ 272,9 milhões ao BNDES, dos quais R$ 113,6 milhões de juros da operação.

 

No mesmo período, ainda segundo o Mira, o governo estadual investiu R$ 162,8 milhões na construção de escolas, R$ 40,2 milhões em novos hospitais e R$ 25,7 milhões em delegacias, cadeias e presídios - um total de R$ 227 milhões em investimentos.

 

O valor gasto nestas obras equivale ao que o Governo teve de pagar apenas para amortizar juros e encargos dos financiamentos.

 

Resultado

 

Passados três anos e nove meses da abertura da Copa do Mundo em Cuiabá, o resultado de tamanho esforço orçamentário está longe de trazer o retorno prometido.

 

O VLT não ficou pronto e tornou-se caso de polícia quando o ex-governador Silval Barbosa, em delação premiada à Procuradoria Geral da República, admitiu irregularidades e pagamento de propina na obra.

 

Na Arena Pantanal, que ainda não foi oficialmente entregue pela construtora Mendes Junior, a média de público no campeonato mato-grossense é de pouco mais de 800 pessoas por jogo.

 

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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Wagner Jr.  25.03.18 07h16
Lamentável...
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luiz mario  24.03.18 10h59
NÃO ENTENDO...SE O MATO GROSSO NÃO É UM ESTADO VOLTADO PARA O FUTÍBAAL PORQUE FIZERAM UM ESTÁDIO DESSA ENVERGADURA??? SERÁ QUE NÃO VIRAM A LOUCURA QUE ESTAVAM FAZENDO??? QUAL O MOTIVO DESSA ASNEIRA TODA??? É UM DINHEIRO JOGADO FORA.
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Claudio  24.03.18 10h12
Se não bastasse dinheiro asfaltado estrada teríamos todos os alunos na escola.
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RICARDO TEIXEIRA DE ALMEIDA  24.03.18 09h45
E se por acaso resolverem fazer o VLT funcionar haverá mais desvios aínda, a impunidade nos dá essa certeza.
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