O ex-superintendente de Regularização e Monitoramento Ambiental, João Dias Filho, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) - alvo da Operação Polygonum, da Polícia Civil - contratou quatro analistas para auxiliá-lo no esquema de fraudes no Cadastro Ambiental Rural (CAR), segundo consta em denúncia feita pelo Ministério Público Estadual.
Os servidores foram identificados como Alan Richard Falcão Dias, Guilherme Augusto Ribeiro, Hiago Silva de Queluz e João Felipe Alves de Souza. Todos os cinco foram denunciados pelo MPE à Justiça.
Conforme o órgão, João Dias utilizava do cargo para atuar diretamente nas atividades dos analistas do CAR e encaminhava "bilhetinhos" com os números das inscrições dos imóveis rurais cujos cadastros deveriam ser tratados com prioridade.
“João Dias Filho, valendo-se do seu poder de mando, entregava bilhetinhos com o número das inscrições do CAR aos analistas responsáveis pela análise dos cadastros, dizendo que era para dar tratamento prioritário”, diz trecho da denúncia.
No documento, o MPE explica que o grupo agia na inversão de prioridades dos cadastros – colocando as de preferência a frente de outras. Com isso, elaboravam laudos de tipologia e autorizações de desmatamentos supostamente fraudulentos.
Nomeado por André Baby
As investigações da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) apontam, ainda, que foi o secretário da Sema André Luis Torres Baby quem colocou o engenheiro agrônomo João Dias Filho para atuar como superintendente de Regularização e Monitoramento da Sema em janeiro de 2018.
Dias foi preso três vezes em fases anteriores da operação.
“Com a posse, o denunciado João Dias Filho, afora as atribuições do seu cargo em comissão, passou a interferir diretamente nas atividades dos analistas responsáveis pela análise dos cadastros ambientais rurais no âmbito da Sema”, cita trecho da denúncia.
Operação Polygonum
Mais de 20 pessoas foram presas em todas as fases da Operação Polygonum.
O primeiro preso na operação, em agosto deste ano, foi o então superintendente de Regularização e Monitoramento Ambiental da Sema, João Dias - que voltou a ser preso na segunda fase da Polygonum, em setembro.
Ainda na Sema, foram apreendidos dezenas de documentos e processos, além do espelhamento da base de dados do órgão ambiental.
Ao todo, 595 cadastros rurais são investigados por suspeita de terem sido fraudados.
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